Maria Luísa, ou melhor, Malu, era uma menina como eu e você, era bem simples. Tinha uma vida normal, era uma garota de doze anos, morava numa casa bem simples, tinha pais bem simples e a comida nunca sobrava ou faltava. Ruiva, olhos verdes, a menina era bonita, meiga, educada, honesta e foram essas qualidades que ajudaram para que um dia, lá no céu, o anjo de Malu, Flavinho, fosse chamado urgentemente por Deus.
Flavinho foi todo apressado pensando: "Minha nossa Senhora, o que será que aconteceu para eu ser chamado com tanta urgência? Será que Malu se machucou enquanto eu estava tomando meu banho? Ai, aí vem bronca! Glup!"
Flavinho bateu na porta do escritório sagrado e ouviu a voz grossa já conhecida:
- Quem é? Flavinho? Entre, por favor.
Flavinho entrou perguntando:
- O que aconteceu, Vossa Majestade Divina? Foi algo que fiz? Perdão, meu
Senhor, perdoe-me, por favor....
- Há, há, há!! Não, Flavinho, você não fez nada. Não precisa se preocupar.
Eu só te chamei para conversarmos sobre a menina que você toma conta, a Maria Luísa.
- O que foi, Vossa Divindade Sagrada? Por favor, não vá me dizer que...
que.. chegou a hora dela...?
- Não, não, fique calmo.
- Ufa, agradeço muito, Vossa Divindade...
- Há, há, há.... Bem, vamos ao assunto. Flávio, quero que me ouça com
atenção. Malu foi a escolhida para uma missão que só ela poderá resolver. Ela tem as qualidades necessárias para essa missão que mais ninguém tem, entendeu? Ela é especial, é única no universo. Então, você, como é o anjo dela, vai descer na Terra e ter uma longa conversa com Malu e ver se ela topa, o que será bem provável graças a sua coragem inexplicável. Traga - me ela que irei explicar- lhe os detalhes com você presente na sala. E se tudo der certo, Flavinho, você será nomeado como "O anjo de Deus".
- Uau!! Meu Senhor, isso é maravilhoso!! Muito obrigado mesmo!
- Eu sei, eu sei. Alguma dúvida?
- Sim. Eu preciso da sua autorização para usar o poder "Suba lá mundo
superior".
- Ah, é, claro. Toma. O papel da autorização.
- Muito obrigado.
- Bem, é isso. Pode ir, meu anjo, e volte logo com a menina, ok?
- Pode deixar, adeus.
E Flavinho saiu feliz da vida da sala sagrada. Ele? Conhecido como "O anjo de Deus"? Uau!!! Foi super rápido para a Terra e chegou na casa de Malu. Entrou pela janela do quarto, derramou o antídoto do pó da invisibilidade em si mesmo e falou rapidamente:
- Shh!! Por favor, fique quieta e não se apavore. Calma, por favor.
- Que-quem é vo-vo-você?
- Sou seu anjo da guarda, meu nome é Flavinho.
- A-anjo da guarda?
- Isso mesmo! Você nunca me viu, mas sou eu que te protejo sempre, sou
seu anjo. Espantada, né? Calma, fui mandado por Deus para conversar seriamente com você.
- Como assim?
- Bom, você foi a escolhida para a grande missão!!
- Grande missão?? Por acaso isso é algum programa de TV??
- Não, claro que não! Escute: Você quer participar dessa missão?
- Claro! Por que não, né?
- Iupiiii! Oba, oba, oba, legal, genial!
- Há, há!!!
- Vem, vou te levar ao Grande Mestre! Suba lá mundo superior!!!
Rapidamente, os dois entraram num túnel colorido e começaram a girar, girar, girar, aí tudo parou. Pararam num lugar vermelho, totalmente vermelho. Flavinho disse:
- Oh, não! Erro no poder!! Estamos no Mundo das Trevas!
- O quê?? E agora?
- Sei lá! Vou tentar algum poder. Volte ao mundo maravilhoso!
Novamente, eles entraram no túnel e começaram a girar. Pararam. Esfregaram os olhos e ...ah, não! Uma multidão de pupilos do Senhor das Trevas ria, marchando em direção aos dois! Malu gritou:
- Faz alguma coisa, rápido! Usa seus poderes, luta!
- Acho que não vai adiantar muito! São fracos contra essa multidão!
- Tenta, rápido!
Flavinho lutava, lutava, mandava lasers, bombinhas elétricas, olhares angelicais, mas nada funcionava. Ele protegia Malu e eles corriam, corriam e corriam. De repente, ele gritou:
- Vou tentar reunir meus poderes!
Fez força, muita força, ficou vermelho, começaram a sair faíscas de seu dedo, mas parou:
- Não dá, é um poder de um nível bem avançado, não vou conseguir.
- Claro que vai, tenta de novo, você vai conseguir!!
Flavinho tentou. Ficou roxo, não conseguia falar. Uma grande bolota iluminada se formou em volta dele e ele gritou:
- Eu consegui!!! Genial!!
Raios saíam de seus dedos e logo a multidão desapareceu. Malu e Flavinho voltaram ao túnel. Dessa vez, chegaram sem problemas. Malu ficou encantada com o Paraíso. Era tudo tão lindo! Curiosa, perguntou:
- Quando eu morrer eu vou ser uma anjinha?
- Claro que vai, você é tão boazinha.
- Legal...E eu vou morar aqui? Onde vou dormir?
- Deus vai te dar uma nuvem.
- Uma nuvem? Como eu vou saber qual é a minha toda vez que eu sair de
casa?
- Cada nuvem tem um número. A minha é 307.
- E eu vou ter poderes?
- Vai, claro!
- Legal! Mas a gente fica sendo anjo até quando?
- Isso eu não posso dizer. Só quando você vier, Deus irá te explicar.
Chegamos. Aqui é a sala sagrada, o escritório divino.
- Ele está aí?
- Sim.
Flavinho bateu na porta. Ouviu a voz grossa responder:
- Flavinho? Entre, por favor.
Flavinho entrou e em seguida veio Malu. Ela o olhou. Então Ele era Deus....Olhos azuis, cabelo e barba brancos, rosto rosado, uma manta verde o cobrindo no lugar de uma roupa normal, e Ele era gigante. Deus cumprimentou:
- Olá, Malu. Surpresa?
- Sim, um pouco....
- Bem, Flavinho, com certeza, já lhe contou porque você está aqui.
- É por causa de uma missão, não é?
- Isso mesmo. Flavinho, por favor, traga-me uma xícara de chá. Quer algo,
Malu?
- Sim, chocolate, por favor.
Flavinho saiu. Deus continuou:
- Você deve estar se perguntando que missão é essa, né?
- Sim, senhor.
- Bem, soube das suas inúmeras qualidades, e percebi que você era a pessoa
ideal para uma pequena missão. Só queria saber se você tem coragem?
- Depende do que for...
- Há, há, há!! Bom...você gosta muito de ler, não é?
- Sim....
- Você irá receber um saquinho de pó mágico, poderes para essa batalha,
você vai precisar. Lá na biblioteca sagrada, tem um livro mágico, onde você entra nele e se vê na história. Primeiro, você tem de ler a história. Um dragão de lá fugiu e para pegá-lo de volta, você vai enfrentar muitas batalhas, que terá que vencer. A cada batalha que ganha, você consegue uma das dez páginas do livro que faltam. Na décima, será mais difícil, pois você encontrará o dragão e terá que lutar com ele para terminar o livro e tudo voltar ao normal. Alguma dúvida?
- Bom, e se eu perder alguma luta?
- Você vai repetir essa luta até ganhar, não vai conseguir sair de lá se não
ganhar todas as lutas. E aí, topa?
Nesse momento, Flavinho chegou com o chá e o chocolate e rapidamente, Deus resumiu tudo para ele, acrescentando no final, para Malu:
- Seu anjo estará lá do seu lado, para dar conselhos e palpites. E então,
Malu? Topa?
- Bem,.....Sim!!!
- Legal, agora, volte para casa, descanse e amanhã, exatamente oito horas da
manhã, Flavinho irá te buscar, certo?
- Certo.
- Boa noite. Tchau!
Deus estalou o dedo e num segundo, Malu se viu em sua cama. Caiu no sono....No dia seguinte, Malu acordou às sete e trinta e cinco em ponto. Estava super ansiosa para esse dia!! Mas, de repente uma pergunta lhe veio à cabeça:
- Será que foi tudo um sonho? Ah, não! Estava tão real!! Mas, será mesmo
um sonho? Acho que não. Ou será que sim? Glup! O jeito é esperar até oito horas chegar.
Foi tomar café da manhã. Seus pais, dona Valéria e seu Joaquim,
liam jornal na sala e quando a viram atravessando o corredor, zonza, dona Valéria perguntou:
- Ué, filha. Hoje é seu terceiro dia de férias, para quê acordar tão cedo?
- Ah, mãe, sei lá, tô com vontade....
- Eta, que mau humor!!- exclamou seu pai.
- Humpfff.....
- Filha, quer queijo, torradas ou sucrilhos?
- Por que você fala "torradas" no plural?
- Ora, porque são duas!!
- Mas e sucrilhos? É no plural mas é só um pacotinho!!
- Ah, Malu, mas o que conta são os pedacinhos de flocos açucarados,
teimosa!!
- Humpfff.....Quero torradaaaaaa!!!
Malu engoliu sua torrada e leite e correu para o quarto. Olhou no relógio. Dez para às oito. Se enfiou numa roupa toda preta, de lutadora, amarrou o cabelo-fogo num rabo-de-cavalo e sentou na cama. Cinco para às oito. Começou a ler um livro qualquer. Três para às oito. Oito horas em ponto. Jogou o livro na escrivaninha, abriu a janela e deu uma olhada para o céu. Tudo azul, que dia lindo! Epa! Mas não era isso que Malu queria saber. Ela estava verificando se Flavinho estava perto. Conseguiu enxergar um pontinho preto lá longe voando a toda velocidade. Era ele! Já dava para ver sua velha e conhecida blusa azul e o short vermelho. Depois, deu para enxergar ele inteiro. Flavinho acenava freneticamente. Ah, que bom!! Não era um sonho!!! Malu acenou, ele viu e chegou dizendo:
- Que bom que você já acordou. Tudo bom? Está pronta?
- Para me divertir bastante!!!
- Isso aí, garota!! Vamos?
- Espera, preciso dar uma prensa nos meus pais. Já volto.
Rapidamente, Malu desceu a escada e disse para seus pais:
- Ah... Mãe, pai, eu vou na casa de uma colega da escola, tá?
- Colega da escola? Qual é o nome dela?
- Ah.....Marcela......
- Ora, ora.... que bom que você arranjou uma amiga, Maluzinha......
- É mesmo....Legal, né? Ah...Tchau!!
Malu tinha de disfarçar, então saiu pela porta e foi até a janela de seu quarto. Flavinho estava lá sentado no peitoril da janela. Ele a viu:
- E aí?
- Falei que ia na casa de uma amiga.Vamos?
- OK.
Flavinho derramou o pó da invisibilidade nele e em Malu e disse:
- Para o Senhor Sagrado, voa aos céus!!
Logo os dois estavam flutuando em alta velocidade. Malu estava achando D+, mas começou a ficar enjoada na hora que chegaram.
De repente, Malu sentiu medo. E se ela se machucasse feio nas lutas? Ela não tinha pensado nisso.....Sentiu o estômago virar e revirar, sua pele eriçou-se na hora. Começou a ficar com frio. Droga, isso sempre acontecia quando ficava nervosa ou com medo. Daqui a pouco ia começar a tremer e gaguejar. Todos os sintomas de nervoso que a menina já conhecia muito bem. Flavinho perguntou de repente, quebrando seu silêncio:
- E aí, Malu? Preparada? Estava raciocinando esquemas para vencer?
- Mais ou menos....
- Ótimo, já estamos chegando na Sala Sagrada, você tem que falar com o
Senhor Divino antes de batalhar.
- Certo...Ah...Flavinho?
- Que foi, Menina dos Deuses?
- Você vai estar lá comigo?
- Aonde, na arena de lutas?
- É.
- Claro, Malu!!
- Ah, ufa....
Malu se sentiu um pouco mais aliviada. Afinal, Flavinho era um anjinho, tinha poderes, sabia como usá-los, podia dar mil palpites. Deus tinha falado que ia lhe dar um saquinho de poderes, não é? Malu se lembrava muito bem. Olhou no relógio. Oito e quarenta. Chegaram na sala. Flavinho bateu na porta:
- Senhor? Sou eu, Flavinho....
- Pode entrar, meu filho....
Flavinho entrou. Depois Malu. Ela olhou para o Senhor Divino. Tinha penteado o cabelo e a barba branca, estavam brilhantes. Vestia um manto azul enorme. Estava mais bonito, na opinião de Malu. Ele cumprimentou:
- Oi, Malu, bom dia...
- Olá...
Sua voz saiu fraca e rouca. Malu pigarreou. Deus perguntou:
- Nervosa?
- Não muito....
Agora sim. Sua voz saiu forte e alta. Deus falou:
- Então, aqui vão algumas regrinhas. Não ultrapasse a linha no chão que
pertence ao território do inimigo, use seus poderes de ataque e defesa que lhe darei agora, use toda a sua força, pense positivo e por qualquer machucado bem grave, veneno, etc, o jogo vai parar na hora e você vem aqui para eu te curar. Alguma dúvida?
- Não, Senhor.
- Ótimo, aqui estão seus poderes. Estique o dedo. Isso.
Uma coisa brilhante e colorida, feito um arco-íris saiu do saquinho e entrou no dedo de Malu. Ela sentiu tontura de repente mas logo se recuperou. Uau, ela tinha poderes!!! O Senhor disse:
- Boa sorte, garota.
Ele estalou os dedos e de repente Malu se viu num campo com Flavinho. Um livro estava caído no chão. Talvez fosse aquele o livro que ela deveria ler para encontrar as dez páginas perdidas. Pegou o livro e começou a ler. De repente, apareceu um sofá vermelho no meio do campo. Malu perguntou para Flavinho:
- É para eu sentar ali e ler?
- Sim, em voz alta para eu escutar a história.
- Certo.
Malu sentou e começou a ler:
"O dragão" , de Harriet Pinsirschiton. "Era uma vez, num castelo a mil
milhas daqui, um príncipe muito corajoso. Ele adorava dragões, era louco por um. Infelizmente, o seu pai, o rei achava muito perigoso criar um e não deixava de jeito maneira. Triste, o príncipe foi passear no seu alazão, Super, pelos campos do reino. Lá pelos confins da área gigantesca do castelo, entre uns arbustos, o príncipe achou um ovo grande, estranho, com manchas rosas. O príncipe, que já tinha lido vários livros sobre dragões, reconheceu na hora:
- Um ovo de dragão chinês!!
Nesse momento, o ovo começou a fazer um barulhinho estranho: CREC, CREC, CREC!! O príncipe gritou:
- Está nascendo!! E agora?
Saiu da casca. Uma coisinha muito feia, magrinha e faminta. Era azul, com umas bolinhas rosas. E que olhos vermelhos!!! O príncipe o viu, teve pena, deu biscoitos para ele, o dragãozinho adorou. Mais do que depressa, o príncipe colocou ele na sua malha, bem escondido e voltou para o castelo, bem veloz. Ia criar ele sem ninguém saber até ele crescer e ficar responsável o suficiente para viver sozinho. E assim fez, o príncipe crescia junto com o dragão, até que o rei morreu. O príncipe virou rei e tinha muitas coisas para fazer no dia-a-dia, não podia se preocupar com o dragão, que se chamava Derek. Derek muito sozinho fugiu uma noite e desde então, o rei o vem procurando. Um dia, na sua procura, o rei encontrou um..."
- Ué, Flavinho, o livro acabou.
- Malu, agora você vai ter de lutar para conseguir as dez páginas.
O sofá desapareceu de repente e Malu caiu no chão. O livro também desapareceu das mãos da menina. De todos os lados do campo deu para se ouvir a voz aguda que falou de repente:
- Primeira batalha de Maria Luísa: O gigante.
Daí, apareceu um gigante enorme, colossal!! Malu morreu de medo. Gaguejando, perguntou para Flavinho:
- Eu vo-vou ter de lu-lutarrr con-con-contrrra ele?
- Vai sim.
E a mesma voz aguda:
- Que comece a luta!!
O gigante veio marchando na direção de Malu. Ela gritou:
- Que que eu faço?
- Usa teus poderes!!
- Coooomo?
- Grita o poder, tipo fogo, água, eletricidade, raio, etc.
Malu gritou:
- Raiooo!
Um raio enorme saiu do dedo dela e atingiu a barriga do gigante que berrou:
- Auuuuiiiiiii!!!!!!!!
Com cara de bravo, ele gritou:
- Bota esmagadoraaaa!!
Uma bota preta gigantesca saiu de seu dedo e começou a esmagar tudo pela frente. Malu corria para se salvar e gritou, apontando para a botona:
- Fogooooo!!!
A botona pegou fogo e se desmanchou em mil faíscas. O gigante também sentiu a dor e berrou, berrou, até que desapareceu. E a voz aguda:
- Foi ganha a primeira batalha por Maria Luísaaa!!
- Genial!- gritou Malu. Ela não estava mais com medo. Se sentiu corajosa.
Flavinho gritou:
- Legal, Malu!!
O livro reapareceu com um vidrinho de cola e uma folha solta. Malu pegou a folha e leu:
- "encontrou um gigante enorme! O rei começou a cortar ele em
mil pedaços com sua espada e o venceu. Continuou sua jornada."
Malu abriu o livro e colou a folha. O livro desapareceu. E a voz aguda de novo:
- Segunda luta: a bruxa terrorífica!
Apareceu uma bruxa de cabelo roxo e roupa preta. Um sorriso maligno ela tinha no rosto. A voz aguda disse:
- Que comece a lutaaa!
Mais rápida que a bruxa, Malu berrou:
- Fogooooo!!
A bruxa foi atingida na perna direita, mas nem sentiu a dor. A bruxona berrou:
- Maçã envenenadaaaaa!!
Uma maçã bem vermelha atingiu Malu no braço esquerdo. Foi como se uma bola de boliche a machucasse. Malu sentiu a dor, berrou:
- Aaaaaiiiiiii!!!
Caiu lá longe. Olhou para o braço. Uma enorme marca roxa tinha ficado lá. A bruxa ria diabolicamente. Malu berrou:
- Eletricidadeeeee!!!
Uma chuva de faíscas caiu sobre a bruxa, fazendo-a berrar muito e desaparecer. A voz aguda anunciou:
- Segunda luta ganha por...Maria Luísaaaa!!
- D+!
- Manero, Malu!! Vem, eu te ajudo a levantar. Foi doloroso, né? Toma mais
cuidado. Desvia mais.
- Tá.
O livro reapareceu novamente com o vidrinho de cola e uma folha solta. Malu leu:
- "Mais no meio do caminho, o rei encontrou uma bruxa malévola que o
atingiu com muitos ataques poderosos. O rei se machucou, mas lutou com força e a venceu. Continuou seu caminho."
Malu colou a folha no livro e ele desapareceu.
A voz aguda falou:
- Terceira luta:O monstro babão.
Uma criatura esverdeada com um olho só apareceu ali. Tinha uma cara de bêbado e a baba escorria pela boca. Malu exclamou:
- Eca, que nojento!
- Eu sei, mas para conseguir capturar o dragão Derek e as dez páginas, você
tem de lutar corajosamente.
A voz aguda disse:
- Que comece a luutaaa!!!
Mais que depressa, Malu apontou o dedo para o monstro e gritou:
- Eletricidadeeeee!!!
A chuva de faíscas caiu sobre o monstro, que gemeu alto. Ele falou, todo babão:
- Baba atômicaaaa!!
Uma saliva inacabável saiu de seu dedo e foi na direção de Malu. Ela conseguiu desviar, mas um pouco da baba manchou sua blusa preta. Ela berrou:
- Fogooooo!!!
O monstro pegou fogo, mas jogou saliva no fogaréu e riu, berrando:
- Chuva de olhooooos!!
Uma chuva de minúsculos olhinhos voaram na direção de Malu. Rapidamente, Flavinho gritou: -- Use o poder "espelho" e em seguida "raio"!!
Malu berrou, quando os olhinhos estavam a 15 centímetros dela:
- Espelhooooo!!
Um espelho apareceu na frente de Malu e rebateu os olhinhos, que atacaram o monstro. O espelho desapareceu, o monstro gemeu bem alto e Malu berrou:
- Raioooooo!!
Um raio atingiu o monstro, que berrou e desapareceu. A voz aguda falou:
- E a terceira luta foi ganha por...Maria Luísaaa!!
Malu não disse nada, estava cansada. Sentou no chão frio e perguntou para o Flavinho:
- Por que essa luta foi mais cansativa?
- Porque a cada luta vai aumentando o nível.
O livro apareceu com as duas coisas já conhecidas, Malu pegou a folha e leu:
- "Perto de uma caverna escura, o rei se viu cara a cara com um monstro
babão terrível. Lutou com todas as suas forças, foi uma luta mais cansativa. Ele venceu e entrou na caverna, com mais esperanças de encontrar Derek."
Colou a folha e o livro a a cola desapareceram. A voz conhecida anunciou:
- Quarta luta: O monstro gosmentoooo!!
Uma criatura igualzinha ao monstro anterior, só que rosa e com gosmas saindo do olho apareceu. E a voz disse:
- Que comece a quarta lutaaa!!
Rapidamente, Malu berrou:
- Águaaaa!!!
Um rio inteiro saiu de seu dedo!! Atingiu o monstro na barriga que gritou e desapareceu. Surpresa, Malu perguntou:
- Já o derrotei?!
- Alguns personagens são muito frágeis....
A voz anunciou:
- Quarta luta ganha por...Maria Luísaaaa!!
O livro apareceu com seus objetos companheiros. Malu leu:
- "No meio da caverna, apareceu um monstro rosa, que bastou um
chutezinho para ele morrer. Feliz e nem um pouco cansado, o rei continuou seu caminho."
Malu colou a folha e a voz disse, depois do livro desaparecer:
- Quinta luta: O magooo!!
Um homem de cabelo e barba branca, chapéu pontudo verde e um manto verde apareceu. E ele sorria!!! A voz disse :
- A luta está iniciadaaa!!!
Malu berrou:
- Fogoooo!!!
O mago pegou fogo, mas resistiu ainda com aquele sorriso bobo no rosto. Ele falou, todo calmo:
- Poção de luta.
Um líquido roxo saiu de seu dedo e foi parar na mão de Malu. Parecia que tinha secado na mão dela. Malu começou a sentir a mão quente...Muito quente!! Pegando fogoo!!Pelandooo!!!!Ardendo!!
Malu começou a gemer, gritar, berrar!!Era um ardor muito forte!!Não sentia mais a mão!!!Flavinho gritou:
- Use o poder de água com a outra mão, rápido!
Malu usou. A mão parou de arder, voltou ao normal. O mago berrava de dor e desapareceu!! A voz anunciou:
- Maria Luísa ganhou novamenteee!!!
O livro e seus companheiros apareceram. Malu leu:
- "No fim da caverna, o rei encontrou um mago sorridente. A luta foi muito
difícil, mas o rei ganhou, saiu da caverna e seguiu seu caminho."
A voz começou a cantar:
- Cinco lutas já foram ganhas!!! Só faltam outras cincooo!!!Como prêmio
por ter ganho a metadeeee.....Uma medalha ela ganharááá....E amanhã ela voltarááá.....
Uma medalha de ouro veio se aproximando, a folha colou-se sozinha no livro e ele desapareceu. A medalha chegou mais perto e se colocou no pescoço de Malu. De repente, o campo desapareceu e ela se viu na cadeira da Sala Divina com Flavinho do lado. Deus sorria e falou:
- Parabéns, Malu, você ganhou metade da batalha!! Como prêmio, você só
fará a outra metade amanhã e voltará para casa para descansar. Amanhã, no mesmo horário, Flavinho irá lhe buscar. Ah!! Vamos dar um trato nessa blusa manchada e nesse roxo no seu braço.
Ele estalou os dedos e tudo voltou ao normal. Malu guardou a medalha no bolso, se despediu do Senhor e ele tirou seus poderes, colocando-os de volta no saquinho. Quando estava descendo para a Terra com Flavinho, olhou no relógio. Xiii....Duas horas!! Ela perdera o almoço! Como ia explicar para seus pais? Desceram para a Terra flutuando novamente e chegaram na casa de Malu. Flavinho disse:
- OK, grande guerreira, nos encontramos amanhã no mesmo horário.
- Certo. Até lá.
- Tchau!!
E Malu ficou na porta pensando o que ia falar para seus pais. Respirou fundo e abriu a porta. Entrou e viu seus pais sentados no sofá vendo TV. Silenciosamente, fechou a porta, mas esta rangeu alto e seus pais a viram. Dona Valéria logo brigou:
- Maria Luísa, sente-se aqui imediatamente.
- Calma, Val- falou seu Joaquim-, não fique nervosa.
Malu sentou-se sem dizer nada. Sua mãe desabafou:
- São duas horas da tarde!! Você perdeu o almoço e nem ligou para avisar!!
A senhorita sabe muito bem que não gosto que fique na casa de uma amiga esse tempo todo!!! E você nem avisou!! Nem nos deu o telefone da menina! Isso é coisa que se faça? Deixar a mãe preocupada desse jeito? Dá um tempo, mocinha, dá um tempo!!
E dona Valéria se levantou louca da vida e continuou gritando:
- Achei que tivessem te assaltado, te machucado, demorando desse jeito!! E
não me olhe com essa cara, você me deixou muito preocupada e aborrecida, mocinha!!!
Ela respirou um pouco e se sentou de novo. Estava com o rosto vermelho. O telefone tocou. Ela atendeu amavelmente:
- Casa dos Drumont? Oi, dona Júlia( dona Júlia era a vizinha), como vai?
Barulho? Eu? Sim, estava gritando, mas....Ora, pelo amor de Deus...Ah, é? Então vá catar coquinho!!!
Ela bateu o fone no gancho e se virou para Malu:
- Acha que vai escapar de um castigo? De jeito nenhum!! Já para o quarto,
menina!!!
Malu subiu a escada rapidamente e se trancou no quarto. Envergonhada, tirou o tênis, enfiou o pijama e se jogou na cama. Poxa, que culpa ela tinha? Teve de mentir que fora na casa de uma amiga. Ai, ai, amanhã ela iria lutar mais. Fora muito cansativo o dia. Primeiro as lutas, agora essa bronca enorme que ela tinha de engolir. Mas seus pais iam se arrepender quando soubessem da verdade, que ela era uma guerreira. Seus pais não....Só a sua mãe.....Seu pai era tão bonzinho.....Não falou nada durante a bronca toda. De repente, a porta do quarto se abriu e sua mãe perguntou:
- Pelo menos comeu na casa da menina?
- Ah...Sim, mas faz um tempão, estou com fome.
- Quer o que?
- Ah, sei lá, qualquer coisa....
- Um sanduíche de presunto?
- Quero, por favor....
Dona Valéria fechou a porta e quinze minutos depois, voltou com o sanduíche e um copo de Coca-Cola. Malu começou a comer e sua mãe se sentou ao seu lado na cama. Perguntou:
- Lu, é verdade que você foi na casa da Marcela?
- Olha, mãe. Como você é minha mãe, acho que devo contar a verdade. Não
toda a verdade, porque eu não posso. Só depois que tudo acabar. Mas você vai ter que prometer que vai acreditar em mim.
- Eu prometo.
- OK. Bem, meu anjo da guarda, na noite passada, aqui, dizendo que eu fui
convocada para uma missão super divertida e que eu precisava topar e falar com Deus. Com alguns poderes de anjo, subimos até o céu e eu falei com Ele. Topei. Hoje, o anjo veio me buscar e eu fui fazer metade da missão.
- Puxa....Isso tudo é verdade?
- Ah, droga!!! Eu sabia que você não ia acreditar!!
- Pera aí, calma. Eu acreditei, sim, mas porque você não me explicou isso na
hora da bronca?
- Sei lá, acho que não me veio na cabeça, e eu não estava segura de poder
contar.
- E agora está?
- Se eu te contei, que que você acha?
- Ai, ai....Então, amanhã você vai terminar a missão?
- Ahã...Nhoc, nhoc. O Flavinho vem me buscar oito horas.
- Tá bom. Boa missão, filha....
E dona Valéria saiu do quarto. Malu leu, viu TV, e foi dormir. O dia seguinte seria cansativo.....
TRRIMM!!! O despertador toca acordando Malu. Sete e cinco em ponto. Levanta, lava o rosto, escova os dentes e desce para a sala. Seus pais estão tomando café. Malu diz, sonolenta:
- Bom dia...
- Bom dia, filhota, dormiu bem?
- Ahã....
Malu se senta, pega uma fatia de bolo e come. Mais uma. Uma torrada e Nescau. Quer se fortalecer para o dia. Terminou e subiu para o quarto. Escovou os dentes e vestiu a mesma roupa preta, prendeu o cabelo em duas trancinhas. Ficou linda!! Preto, laranja e verde juntos eram invencíveis! Calçou o tênis e olhou no relógio. Sete e quarenta, já?! Deitou na cama. Sua mãe entrou no quarto:
- Vim pegar a roupa suja. Nossa, está linda nessas trancinhas. Daqui a pouco
são oito horas, hein?
- Eu sei, mãe. Me deseje sorte.
- Malu, essa missão é perigosa?
- Claro que não, mãe...
- Ah bom.
Ela saiu do quarto com o montinho de roupa suja. Sete e cinquenta e dois. O tempo passava devagar....Malu ligou a TV. Entrevista com o famoso cantor Ferreira Ferraz, desenho animado, seriado, filmes, programas de culinária e o jornal "Acordando ligado no mundo". Malu preferiu ver a entrevista. Ela adorava esse cantor, tinha três CD s dele. Malu adorava cantar, mas gostava mais de escrever. Por isso, pretendia se tornar uma grande escritora. Assistiu um pouco, olhou no relógio. Oito horas. Malu deu uma olhadela na janela. Um pontinho preto se aproximava. Continuou ligada na TV. Ouviu alguém bater no vidro. Era Flavinho. Malu abriu a janela e o deixou entrar. Ele disse:
- Oi. Como passou a noite?
- Bem...
- Legal. Vamos?
- Claro.
Malu desligou a TV e falou:
- Vou falar com meus pais. Me espera na porta e feche a janela, por favor.
Malu desceu a escada rapidamente e anunciou ao ver seus pais no sofá:
- Eu vou sair, tá?
- Aonde você vai?- perguntou seu pai.
- Na sorveteria com um grupo de amigas e depois no shopping...
- Sorveteria essa hora??
- Sim...Algum problema?
- Meio cedo, não?
- Que bobagem!! Tchau!
Malu fechou rápido a porta antes que ele falasse alguma coisa. Flavinho estava lá:
- Pronta?
- Sim.
Ele e ela se cobriram com o pó da invisibilidade e subiram flutuando super veloz. Chegaram no Paraíso. Flavinho comentou:
- Você ficou bonita com essas trancinhas...
- Obrigada...
- Seu cabelo laranja é bem legal. Pena que as anjinhas daqui só são louras ou cabelo escuro.
- Que pena...Aqui no céu pode namorar?
- Os anjos entre as anjas..
- E Deus?
- Que que tem?
- Já teve namorada?
- Desculpe, isso não posso revelar...
- Certo. A gente tá indo pra sala Dele?
- Ahã.
Andaram mais um pouco e chegaram. Flavinho bateu na porta, dizendo:
- Senhor?
- Pode entrar, Flavinho.
Eles entraram. Malu olhou para Deus. Tinha lavado o cabelo e o penteado muito bem. Que estranho..Estava com uma roupa chique:
Um manto prateado lindo...Será que ia se encontrar com a namorada? Hi, hi, claro que não...Ele falou:
- Olá, Malu, como vai?
- Bem e você?
- Ótimo, maravilhoso....Ah, cof, cof, pronta para a outra metade da missão
secreta?
- Sim!
- Lá vamos nós. Estique o dedo.
Os poderes voltaram para Malu. Ela se sentiu tonta, mas logo se sentiu forte de novo. Ele falou:
- Boa sorte, Malu.
E estalou os dedos. Malu e FFlavinho estavam de novo na arena de luta. O livro estava ali. Malu perguntou:
- Por que o livro está aqui?
- Se você quiser relembrar a história.
Malu o pegou e releu só a última página que ela colou. Perguntou:
- E agora, Flavinho?
- Espere. Você está pronta para a segunda fase? É mais difícil.
- Pode deixar. Confio em mim mesma.
- Isso aí, garota!!
A voz aguda disse, dando um susto em Malu:
- Sexta luta: Maria Luísa versos a viúva negraaa!!!
Uma tarântula horrível, peluda e perigosa apareceu rindo maldosamente e cantando:
- Ah, menininha de trancinha, não sabe o tempo que está perdendo!!
Ninguém vence a Viúva Negra!! Há, há, há!!!
A voz anunciou:
- Podem começaaaar!!!
Mais do que veloz, Malu gritou:
- Raioooo!!!
O raio atingiu uma das pernas da aranha, a cortou. Mas a perna cresceu de novo!! A Viúva berrou com aquela voz rouca:
- Teia mortíferaaa!!
Uma teia de aranha enroscou-se em Malu. A aranha atacou novamente:
- Venenosaaa!!
Um líquido azul vinha na direção de Malu, mas esta rolou para o outro lado, escapando por um triz. Malu gritou:
- Flavinho, existe o poder derretimento?
- Eta, garota inteligente!! Pode usá-lo!!
Malu berrou:
- Derretimentoooo!!!
A teia se dissolveu! Mais do que depressa, ela gritou:
- Furacãoooo!!!
De repente, ela percebeu que todos os fenômenos da natureza eram poderes!! A aranha foi envolvida por um furacão gigantesco que a fez desaparecer gritando:
- Nãããoooo!!!
A voz aguda parecia feliz ao dizer isso:
- Sexta luta ganha por.....Maria Luísaaa!!!!
O livro apareceu com o vidrinho de cola e uma folha. Malu leu:
- "Andando mais alguns metros, saiu de um arbusto uma aranha mortífera,
perigosíssima!!! Ela ria muito, e aproveitando essa bobeira, o rei enfiou-lhe a espada no seu coração e a matou."
Malu colou a folha, alegre, e viu tudo desaparecer. A voz disse de repente:
- Muito bem, sétima luta: O fantasmaaaa!!!
Um fantasma enorme apareceu, gemendo, com olhos maldosos e um chapeuzinho preto na cabeça. Malu confessa que ficou com medo. Era assustador!! A voz aguda falou:
- Cuidado, Maria Luísa, esse fantasmão é osso duro de roer!!! Que comece a
lutaaa!!!
Malu raciocinou: "De que são feitos os fantasmas? De algum tipo de pano transparente? Talvez...Se eu mandar água, molhará o pano e ele com certeza estragará. Ei...Maremoto também é um fenômeno da natureza..."
Rapidamente, ela gritou:
- Maremotooo!!!
Uma onda inacabável caiu sobre o fantasma. Ele ficou encharcado e engoliu muita água! Ele falou com uma voz grossíssima:
- Secadooor!!!!
O fantasma começou a rodar, rodar e rodar, cada vez mais rápido. Parou. Estava completamente seco! Ele berrou:
- Maremotoo!!!
A onda veio com força em Malu. Ela correu para o canto da arena de lutas, mas era impossível não se molhar! Tropeçou e CHUÁÁ!!! Malu sentiu- se encharcada. A roupa estava grudada em sua pele, o cabelo e a franja grudados na cabeça. Gritou para Flavinho:
- Como eu me seco?
- Use o poder do secador, como ele fez.
Malu disse:
- Secadooor!!!
Começou a girar e girar, como o fantasma. Um vento quente invadiu o "giramento". Num instante Malu ficou sequinha. Estava cheia de perguntas:
- Por que ele usou o mesmo poder que eu usei antes?
- A voz aguda avisou que ele era poderoso. Ele também é esperto. As
pessoas usam os ataques mais poderosos nele, os que ele não tem, então, ele tem um poder que faz com que ele possa repetir os poderes que usaram contra ele. Pense bem e ataque, Malu.
Malu raciocinou: "Então, eu não posso usar os poderes mais fortes, porque aí ele os usa contra mim. Mas se eu usar os mais fracos, vai levar o dia todo para destruir esse daí. Já sei! Eu posso usar os poderes médios e desviar na hora que ele for atacar! Perfeito."
Malu berrou:
- Fogooo!!!
O fantasma foi atingido e gritou:
- Fogooo!!!
Malu se queimou só um pouco na mão, ficou ardendo. Ela começou a soprar a mão e gritou:
- Eletricidadeee!!!
Sabia que era um poder forte, mas se ela atacasse com um poder muito forte, o fantasma morreria sem atacar com o mesmo poder. O fantasma gemeu alto e desapareceu. Malu ficou tão feliz que gritou:
- Consegui, legaaal!!!!!
A voz disse:
- E a sétima luta foi ganha por....Maria Luísaaa!!!
O livro apareceu com a cola e a folha solta. Malu leu:
- "No começo de uma floresta tensa e escura, apareceu um fantasma terrível.
Vencer foi muito difícil dessa vez, pois era um fantasma muito poderoso! Mas o rei lutou incansavelmente e ganhou."
Malu colou a folha e o livro e a cola desapareceram. Esperou a voz aguda dizer:
- Oitava luta: O vampirooo!!!
Na frente de Malu, apareceu um vampiro adulto com roupa preta, capa preta, dentes pontiagudos brancos brilhando e sangue seco em volta da boca. Malu levou um susto e ficou com medo. Mas não ia desistir agora. Já estava na oitava luta, conseguira chegar até ela! A voz aguda falou:
- Que comece a luta sangrentaaa!!!
Luta sangrenta? Glup. O vampirão atacou primeiro:
- Dentes de sangueee!!!
Dois dentões de vampiro brilhantes, sujos de sangue e pontiagudos voaram na direção de Malu. Ela tentou fugir, mas os dentes voavam atrás dela! De repente, Malu se virou e disse:
- Maremotooo!!!
Os dentinhos se perderam no aguaceiro. Malu olhou, com raiva, para o vampiro e berrou:
- Furacãooo!!!
O vampiro se transformou em morcego e resistiu ao furacão. Ainda em forma de morcego, ele foi atacar Malu. Corre-que-corre!!! Malu só fugia e de repente se lembrou de atacar. Virou-se ainda correndo e berrou:
- Eletricidadeee!!!!
Uma chuva de faíscas caiu sobre o morcego e ele desapareceu, guinchando. Cansada, Malu ouviu a voz aguda dizer:
- A oitava luta foi ganha por...Maria Luísaaa!!!
Ela viu, feliz, o livro, a folha e a cola aparecerem. Leu: "De repente, o rei se viu em frente a um morcego-vampiro que o atacou muito e eles demoraram lutando, mas novamente o rei ganhou."
Ela colou a folha e tudo desapareceu. A voz disse:
- Muito bem, nona luta: A Maria Luísaaa!!!
Malu não entendeu nada. Ela que se chamava Maria Luísa! Mas de repente apareceu outra Malu. Igualzinha a ela, só que com um sorriso maligno no rosto. Malu ficou de boca aberta e a voz falou:
- Que comece a lutaa!!!
A Malu inimiga atacou:
- Eletricidadeee!!!
Malu foi nocauteada!! Sentiu muita dor e desmaiou. Abriu os olhos. Estava na sala de Deus. Ela se levantou da mesa:
- O que eu estou fazendo aqui? Tenho de lutar!!
Deus falou:
- Calma, Malu. Você desmaiou, a nona luta é mesmo muito difícil.
De repente, Flavinho entrou na sala:
- Malu, cê tá legal?
Deus disse:
- Ela está bem, Flavinho, pode deixar. Malu, você se machucou feio, por isso
está aqui. Lembra quando você me perguntou o que acontecia se você perdesse uma luta? Isso que acontece. Você vem aqui para eu te curar e recomeça a nona luta.
- Recomeçar? Eu só não entendi uma coisa: Por que eu estou lutando contra
eu mesma?
- Na nona luta, seu inimigo é o seu clone, por isso é difícil. Mas você está
curada, então, volte para a arena e lute com seu clone!
Deus estalou os dedos. Malu e Flavinho voltaram ao campo. A Malu inimiga estava lá esperando. Malu logo berrou:
- Raiooo!!!
O clone foi atingido na barriga e gemeu alto. Rapidamente, Malu ainda gritou:
- Maremotooo!!!!!
O aguaceiro foi em cima da outra Malu. Ela se afogou e apareceu deitada no chão. Malu pensou que a tivesse matado e sentiu pena. Mas a inimiga se levantou e berrou:
- Oceanooo!!!
"Oceano? Que poder é esse? Será que é forte?"- Malu pensou. Mas logo ela soube: de repente, a arena virou mar e as duas Malus estavam dentro dele. Malu não entendia. Tinha uma máscara que cobria o rosto todo no rosto e uma espada na mão. A outra Malu foi atacar. Ah! Elas iam duelar! E começaram. Malu era ótima nisso. Quando surgiu a oportunidade, Malu enfiou a espada na barriga da inimiga. Ela sentiu muita dor, largou a espada. De repente, voltaram à arena de lutas. A Malu inimiga estava caída de barriga no chão e gemia. Malu tirou a máscara e foi chegando perto da outra Malu. Estava preparada com a espada na posição de defesa. Num instante de surpresa, a inimiga se levantou de um pulo com a espada na mão. E na barriga não havia nenhum ferimento! Elas recomeçaram a duelar. Malu inimiga dizia:
- Você nunca vai me vencer, Malu!
- Isso é o que veremos, Malu.
- Não sei porque tenho a mesma droga de nome seu.
- Porque você é meu clone, inteligente!
- Inteligente? Sou mesmo, mais do que você.
- Ah, é? Quero provas disso.
- OK. Lembra do garoto mais fofo do colégio, o Julinho?
- Ele é meu namorado. Que tem ele?
- Bom, ele me beijou na boca.
- O quê???
Malu parou de duelar. Perguntou:
- É verda-dda-de?
- Claro.
Malu largou a espada. Malu, sua inimiga...Com seu namorado? Era verdade, Malu e Julinho eram namorados. Ele era loirinho...Olhos azuis...E era seu namorado! Só depois, Malu percebeu que Flavinho estava gritando:
- Malu, não acredite nela! Os clones malvados só contam mentiras para acabar com você!
Ms ela nem teve tempo de pensar, pois a outra Malu ria maldosamente e enfiou a espada na barriga de Malu. Ela berrou:
- Aiii!!! Flavinhooo!!!!
- Aguenta firme, Malu!
Malu sentia uma dor terrível na barriga. Olhava para baixo, saía muito sangue dela. A dor foi se espalhando, Malu não queria chorar, mas as lágrimas saíram sozinhas, quentes pelo rosto frio. Fora horrível, no momento. Ela sentira uma coisa pontiaguda entrando na barriga e saindo rápido, deixando muita dor atrás. Flavinho gritou:
- Curates!!!
Malu sentiu mais dor ainda, só que dessa vez, afetada por um raiozinho colorido, que Flavinho mandou-lhe na direção de sua barriga. Por um instante, a dor aumentou, mas logo ela passou, toda. Malu se sentiu aliviada e gritou:
- Eletricidade e furacão juntoooos!!
Malu tinha pensado que dois poderes juntos seriam muito mais fortes que um poderoso sozinho. A inimiga foi atingida por um furacão elétrico, muito doloroso, pelo que parecia: Ela gritava e berrava e de repente, desapareceu. Malu disse:
- Ufa, finalmente....
E a voz anunciou:
- A luta foi dolorosa, mas quem ganhou foi...Maria Luísaa!!
O livro e a cola e a folha apareceram. Malu leu:
- "Quando o rei estava andando, distraído, apareceu um outro rei, igualzinho a ele! Rosto rosado, espada na mão, até o mesmo cavalo ele tinha! A luta dos clones foi terrível, o rei se feriu muito, mas este ganhou, como sempre."
Malu colou a folha e o livro desapareceu. A voz falou:
- Bem, Maria Luísa chegou até aqui, e agora será a grande luta, dela e do
dragão Derek. Maria Luísa, quero lhe dizer umas coisinhas: Esta luta não será aqui na arena de lutas. Você e seu anjinho serão mandados para uma sala com um video game. Você irá jogar e os personagens do game serão o rei e Derek. Portanto, você não irá se cansar. Mas tem uma regrinha: Todas as dores que o rei sentir, você sentirá também. Certo?
- Certo.
- Outra coisa que eu quero falar é que...Você nunca me viu, só me ouviu,
não é?
- Sim...
- Então...Aqui estou eu!
Um homem magro, rosto rosado, roupa chamativa lilás, apareceu com um microfone na mão.
- Olá, Maria Luísa, como vai?
- Bem...
- Outra coisa: Isso tudo à sua volta, é uma platéia!
Apareceram milhares, zilhares de pessoinhas em volta de Malu. Todas falavam, com cartazes escritos: "Vai, Malu" ou "Você é fera, Malu" ou "Seja forte, garota!". Malu nunca tinha visto tantas pessoas na sua vida...O homem da voz aguda falou:
- Esqueci de me apresentar! Sou Chalatim Asdolfo Carolfo Melado
Mendonça da Silveta, mas você pode me chamar de Chalatim.
- Ah, senhor Chalatim?- perguntou Malu, baixinho.
- Sim, querida?
- Todas essas pessoas assistiram todas as nove lutas?
- Isso mesmo!
Malu sentiu uma bolona na garganta. Ficou vermelha, começou a suar. Então aquelas pessoas todas tinham visto suas falhas, suas vitórias, seus machucados, sua dor? Oh-oh, que vergonha...Chalatim disse:
- Agora, você e seu anjo irão para a Sala Sagrada, descansar um pouco, ir no
banheiro, beber um copo de água, armar esquemas, etc. Tchauzinho e boa sorte!
Malu se viu na Sala Sagrada, de repente. Deus falou:
- Olá, Malu!
- Oi.
- Como foi?
- Bem...
- Chalatim já lhe explicou tudo?
- Tudo? Acho que sim...
- Bom, sente-se, vamos.
Malu se sentou. Ah...Que alívio nas pernas....Deus perguntou:
- Cansada?
- Sim...Muito.
- Muito? Então essa batalha foi cansativa?
- Bom, a batalha ainda não terminou...
- Exato. E você gostou de lutar com monstros, bruxas, etc?
- Foi divertido, mas eu me machuquei um bocado, essa foi a parte que não
gostei.
- Hê, hê, hê. Quer beber alguma coisa?
- Água, por favor.
- Flavinho, um copo d água e um cafezinho, por favor...
- Claro, Senhor.
Flavinho saiu.
- E então, Malu, quais são seus esquemas para vencer?
Malu contou seus planos, Flavinho chegou com as bebidas, todos conversaram, discutiram e chegaram à um plano perfeito. Deus falou:
- Então está certo. Malu, vai lembrar do nosso plano?
- Vou, é um esquema ótimo.
- Muito bem, está pronta?
- Ahã.
Deus estalou os dedos. Malu e Flavinho se viram numa sala escura e totalmente vazia. Malu perguntou:
- E agora?
- Vamos andando até achar a televisão.
Começaram a andar. A cada sete passos, a sala se tornava mais escura. De repente, Malu avistou um pontinho luminoso. Perguntou:
- É lá?
- Deve ser. Vamos verificar.
Eles correram até lá e Malu viu uma televisão com um fio preso à um joystick. No joystick, tinha botões amarelos, uns três, um botão vermelho e uma alavanquinha. Flavinho explicou:
- Esse botão amarelo, o da direita, é para mandar ataques fortes. Esse
amarelo debaixo do vermelho, é para mandar ataques médios e esse outro amarelo, é para ataques fracos. O vermelho é para pular e desviar e a alavanca, puxando para frente, o rei vai para frente e puxando para atrás, ele vai para atrás, claro. Alguma dúvida?
- E esse botãozinho azul pequenininho aqui?
- Aonde?
- Aqui, bem embaixo.
- Ah, certo. Nunca, jamais toque nele.
- Por quê?
- Ele faz acabar o jogo, uma coisa que nunca poderá acontecer.
- Tudo bem.
- OK. Está preparada?
- Sim.
Flavinho apertou um botão na TV e apareceu o rei andando na floresta sem Malu apertar em nada. Aí apareceu escrito:
JOGOS ULTRA MODERNOS
E logo depois:
O DRAGÃO DEREK E O REI
Começou o jogo. O rei deu de cara com seu dragão, o Derek. Ele disse:
- Meu dragão!!! Derek, o quanto te procurei!
Mas o dragão rugia indo na direção do rei. Uma fada apareceu e falou:
- Você terá que lutar com ele, rei.
O rei disse:
- Não, não posso. Derek é meu dragão, ele me conhece.
- Rei, você vai acabar se machucando, pode morrer! É melhor lutar, rei, por
favor.
- Eu não devo.
- Rei, lute!
Mas Derek atirou uma bola de fogo. Atingiu o rei. Malu sentiu a dor. Foi horrível! A fada desapareceu. O rei disse:
- É melhor eu lutar. Ei, você que está jogando! Me faça lutar!
Malu se espantou mas atendeu o pedido do rei. Apertou um dos botões amarelos e saiu uma chuva de faíscas do dedo do rei. Atingiram o Derek. O dragão rugiu alto e atacou: Um jato de fogo. O rei conseguiu escapar um pouco, mas queimou a perna e um pouco da mão direita. Malu sentiu a dor do queimado. Com força, Malu apertou o botão de poderes fortes. O dragão foi atingido por flechas pontudas em todo o corpo. Coitado! O rei disse:
- Ei, cuidado com meu Derekizinho!
Derekizinho? Malu estava ali para jogar e vencer!Puxou a alavanca para frente, para o rei andar e ele andou e subiu no Derek. Assustado, falou:
- Que isso? O que está acontecendo? Quero descer!
Malu resolveu responder:
- Cale a boca e lute direito!
- Não fale assim comigo!
- Por favor, lute e vença!
- Quero descer de cima do Derek!!!
Malu não aguentava mais! Puxou a alavanca com mais força e o rei subiu até a cabeça do dragão. Derek rugia, balançava a cabeça e o rei gritava:
- Socorrooo!! Essa menina é doida, me salvem! Socorro!
- Cala a boca, por favor!
A voz do rei era muito irritante! Malu apertou o botão para poderes fortes duas vezes e saíram raiozinhos coloridos do dedo do rei que atingiram Derek no estômago. Ele sentiu muita dor, porque caiu no chão, desacordado. Malu gritou:
- Obaa!!! Ganhei!!!
- Isso aí, Malu! Legal, você ganhou!!!
- Iupiii!!
O rei começou a choramingar:
- Buááá!!! Meu dragãozinho, meu Derek!
Mas, para alegria do rei, Derek acordou e lembrou de tudo. Os dois deram um longo abraçoe apareceu na tela:
FIM DE JOGO
E logo depois:
MARIA LUISA VENCEU
Malu ficou toda feliz e leu a nova mensagem que apareceu:
CLIQUE AQUI PARA VOLTAR A ARENA DE LUTAS
E logo depois:
Malu ficou toda feliz e leu a nova mensagem que apareceu:
Malu viu uma bolotinha vermelha embaixo da frase e perguntou para Flavinho:
- Como eu clico ali?
- A alavanca também serve como mouse.
- Legal.
Malu foi pra frente com a alavanca e apareceu uma setinha clicando na bolotinha vermelha. Um instante depois, Malu e Flavinho se viram na arena de lutas. Chalatim estava na sua frente. Ele falou:
- Olá, Maria Luísa, olá, Flávio.
- Por favor, seu Chalatim, Malu e Flavinho...
- Apelidos? Tudo bem. Como foi, Malu?
- Muito bem. Ganhei de novo.
- Isso mesmo! Agora, você vai voltar para a Sala Sagrada, que Deus tem um
presentinho para lhe dar. Tchau!
Um segundo depois, apareceram na Sala Sagrada. Deus disse:
- Malu! Parabéns, que menina corajosa!
- Obrigada...
- Foi ótimo, Malu. Ah! Aqui está o livro, a cola e a folha.
Malu viu aparecer os objetos que ela já conhecia, na mesa. Pegou a folha e leu:
- "Encontrado o dragão, o rei percebeu que teria que lutar com Derek. Como
sempre, o rei venceu, e voltou ao castelo com seu dragão, para viver com ele até a morte dos dois. FIM."
Malu colou a folha, a cola desapareceu, mas o livro se iluminou, e de dentro dele, saiu um vento que fez os cabelos de Malu voarem, e junto com o vento, uma voz disse:
- Obrigada, Malu.
O livro desapareceu. Deus disse:
- Sua missão termina por aqui, mas antes de mandá-la para casa, eu gostaria
de lhe dar uma coisa muito valiosa.
Deus estendeu um colar de ouro com uma pedra azul, que brilhou quando Deus pôs o colar no pescoço de Malu. Ele disse:
- Esse é o colar da coragem. Fique sempre com ele, pois esse colar lhe dará
muita sorte, já que coragem é sua qualidade perfeita. Adeus, Malu, um dia nos veremos de novo. Deus estalou os dedos. Quando Malu sumiu, Deus disse para Flavinho:
- Agora, o que prometi para você.
Ele pregou uma medalha no peito de Flavinho escrito:
Flavinho ficou todo orgulhoso e agradeceu:
- Obrigado, Senhor.
Quanto à Malu, a personagem principal dessa história, apareceu na frente de seus pais, na sala. Dona Valéria levou um susto:
- Ai!!Menina, como você aparece assim? De repente? E que colar é esse?
Malu se sentou do lado de seus queridos pais e com calma, explicou toda a história...
Comentarios
Boanerges Saes de Oliveira - 18/10/2022
Encantadora "Criação" que é composta das verdades da Vida que Deus do Doa! Vá em frente, publicando, grafando seus sentimentos, datando-os e dia outro estará respondendo para você mesma, a Beleza de entender e aceitar a eterna existencia! PARABENS.
